quinta-feira, agosto 26, 2004

Brasil: o paí­s do quase ouro

Mais uma vez estamos todos grudados em frente a TV testemunhando a participação de atletas de todo o mundo na maior festa do esporte mundial. Os jogos olímpicos encantam milhões de pessoas nos cinco continentes, e movimentam algumas centenas de milhões de dólares em todo o mundo.

A rigor de sua performance na última edição dos Jogos, o Brasil tem tido uma exibição magra e sofrível. Para não me passar por intranzigente, reconheço os bons resultados da equipe feminina de ginástica artística e da equipe de vela. Agora, nos esportes em que tradicionalmente somos favoritos, convenhamos, devemos reconhecer que estamos em maus lençóis.

A começar pelo nosso time penta-campeão mundial de futebol, que foi incapaz de passar por times que sequer participaram da última copa do mundo. Também temos de lembrar dos judocas e velocistas que nadaram, nadaram, e morreram na praia; ainda bem que pelo menos dois conseguiram trazer a chorada medalha de bronze.

Meu protesto parece ser dirigido aos atletas, mas na verdade me espanta ver como muitos conseguem se desenvolver em esportes que pouco ou nada recebem de patrocínio ou incentivo. Mesmo que tenhamos centros esportivos comunitários, construídos e mantidos pelo governo, isso não basta para o sucesso de um atleta. Nem tampouco grandes empresas que chegam de última hora, apenas pra poder dizer, nos momentos em que os atletas aparecem na TV, que tal Empresa é patrocinadora oficial da seleção em Atenas, ou que esse ou aquele time é orgulho da Empresa.

É preciso que a iniciativa privada acredite em atletas o ano todo, que incentivem e acompanhe o seu crescimento nos momentos de glória e também nos momentos de maior derrota. Acredito que um dia, quando chegarmos a esse ponto, teremos vencedores em esportes como o baseball, tiro com arco, salto com vara, softball, badminton, e muitos outros.

Acredito no Brasil e tenho orgulho de ser brasileiro.